Hohe não há palco nem há barcos em chama,
Canta-se descalço com os pés na lama,
Fora com as guitarras, range o baixo profano,
Para um astronauta, por sobre o piano.
Entro na má hora, troco as cordas ao tempo,
Claro veigo aora, como a serpente.
Abro a flor à alma (o teu rosto ainda é quente),
Peço à noite um salmo, de voz contente.
Longe do sul, longe do Tejo é bem melhor do amor,
Perto de ti, beijos de cor…
Corto o pulso ao incênido, estanco o braço do sol,
Basta-me o compasso do rouxinol.
Canto o tempo aberto (o teu corpo e uma éspada),
Largo-me ao incerto e baixo a guarda.
O fado é otro, despiu o xaile, por-se a bailar,
Ai, o meu fado é louco!
O fado é espanto, desceu do séu, pos-te a girar,
Ai, esta fado é santo!
Longe do sul, longe do Tejo é bem melhor do amor,
Perto de ti, beijos de cor (tão perto)…
Longe do sul, longe do Tejo é bem melhor do amor,
Perto de ti, beijos de cor…
Estrela vem… Vens por bem? Leva este fado a Belém,
De Berlim a Pequim o fado dançar-se á bem.
Estrela vem… Vens por bem? Traz o menino a Belém,
De Pequim a Berlim o fado dançar-se á bem.
Estrela vem… Vens por bem? Leva este fado a Belém,
De Berlim a Pequim o fado dançar-se á bem.
Estrela vem… Vens por bem? Traz o menino a Belém,
De Pequim a Berlim o fado dançar-se á tão bem.
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